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Crônicas sábado, 28 de janeiro de 2017 HISTÓRIA DE ITAMBÉ - PARTE 4
PATRIMÔNIO, BAIRROS E COMUNIDADES RURAIS
De acordo com o trabalho da Prof.ª Elisabete Aparecida Moreno, intitulado ITAMBÉ Aspectos históricos, geográficos e sócio-econômicos(1996), a maioria da população que formou este município migrou de Santa Catarina, cerca de 54%; depois de São Paulo, 26%; de outras regiões do Paraná foram 10%; de Minas Gerais 7%; de outros estados 2% e de outros países 1%. O estudo traz ainda o número de pessoas que moravam na zona rural e urbana em 1970, que correspondia a 2.815 na zona urbana e 12.229 na zona rural. Isto comprova que, como a maioria da população residia na zona rural, as fazendas tornaram-se verdadeiras cidades.
Famílias que migraram para Itambé Fonte: Mônica Oswaldo do Nascimento
A falta de transporte do campo até a zona urbana obrigava as famílias de agricultores a morarem perto do trabalho. Então grandes colônias se formaram na zona rural. Os bairros e comunidades rurais, como eram denominados, possuíam uma infraestrutura básica para abrigar os moradores. Nestes, além das casas, havia ainda escola, capela, campo de futebol, salão de festas, venda de secos e molhados e paióis. Nestas comunidades, eram realizadas festas, missas, cultos, torneios de futebol e casamentos.
Venda de Secos e Molhados da Fazenda OuroVerde Fonte: Família Meyer
Mas não havia água encanada, as roupas eram lavadas em rios ou em tábuas com água retirada de poços. Para tomar banho, usavam-se bacias ou chuveiros de latão reabastecidos manualmente. As necessidades fisiológicas eram feitas em privadas rústicas, ou até no mato. O lixo tinha dois destinos: o orgânico servia de alimento para porcos, galinhas, e o restante era queimado nos quintais. Nesta época, a produção de lixo não orgânico era pouca, pois nas vendas, as compras eram postas em sacos de papel ou tecido, as bebidas vinham em garrafas de vidro que, após o consumo, deveriam ser devolvidas ao vendedor. Dessa forma, havia pouco para ser queimado. Com o tempo e a criatividade, foram criados alguns sistemas para melhorar a qualidade de vida. Como havia fogão à lenha em praticamente todas as casas, em algumas fazendas era instalado um cano de água, chamado serpentina, que passava por dentro do fogão. A água que saía quente era usada para tomar banho. Esse sistema foi usado nas fazendas Três Minas, São Paulo, Santa Cecília e outras. Os engenhos de cana também ajudaram na fabricação de rapadura e açúcar. Alguns eram movidos à tração animal.
Mulheres e crianças lavando roupa Fonte: Família Moreschi
A vida social também era agitada. Cada bairro possuía um time de futebol, então eram feitos torneiros entre eles, criando muita rivalidade. Nos fins de semana aconteciam bailes, geralmente animados por migrantes nordestinos, que atraíam até os moradores da zona urbana. Os maiores bairros e comunidades rurais foram o Patrimônio Santo Antônio (Guerra), a Fazenda Ouro Verde, Catarinense, Moreschi, Garcia e Minerva. Além destas, como a maioria dos lotes era pequena, as famílias viviam próximas umas das outras, criando laços de amizade e formando outras comunidades.
Valdinei de Souza, Nezinho, o primeiro sanfoneiro a animar os Bailes em Itambé Fonte: Gertrudes Granero
Mapeamento das comunidades rurais de Itambé existentes entre as décadas de 50 e 70.
1-Itambé 2-Patrimônio Santo Antônio (Guerra) 3-Bairro Catarinense 4-Bairro Moreschi 5-Fazenda Ouro Verde 6-Couro do Boi 7-Fazenda Minerva 8-Gabirobeira 9-Água da Moóca 10-Porto Real 11-Água Bonina 12-Fazenda Três Minas 13-Garcia 14-Água Marialva 15-Cafundó e Santa Rita de Cássia 16-Água Gilberto 17-Fazenda Santa Cecília 18-Batoque 19-Jaguaruna 20-Água Manduri 21-Água Keller 22-Miotti
PATRIMÔNIO SANTO ANTÔNIO (GUERRA) Os primeiros moradores desta região foram Antônio Pelatti e seu pai. Um ano depois, mudou-se para lá a família Machado. Em seguida, um homem conhecido como Zé Posseiro e outro apelidado de Zé Polaina. Este último ganhou o apelido porque usava sempre polainas de lã, mesmo no calor. O Patrimônio Santo Antônio ficou mais conhecido como Guerra, porque lá havia uma venda de secos e molhados cujo dono se chamava José Guerra, que chegou ao lugar por volta de 1948. A família Guerra vendeu uma fazenda em Abatiá-PR e comprou terras neste patrimônio. De acordo com o Sr. Melquiades Amâncio de Souza, parente da família e antigo morador do local, o patriarca, Estevan Guerra, conhecido como Didinho, dividiu a fazenda entre seus cinco filhos: José, Geraldo, Augusta, Germano e Antônio. Então os filhos foram revendendo as propriedades e assim o Patrimônio Santo Antônio ganhou novos moradores. Outro comerciante do Guerra foi o Sr. Antônio Ferreira, conhecido como Antônio Maneta. Os irmãos Aluízio, Milton e Gibson Linhares Monteiro e o cunhado Aristides Cumani adquiriram terras, residiram no patrimônio, dedicaram-se ao comércio de cereiais e venda de secos e molhados. Além da fabricação de tijolos com barro branco no sítio da família.
Capela Santo Antônio Fonte: Revista Itambé, 1984
Neste Patrimônio havia a Capela Santo Antônio, fundada em 1953, que nomeou o local. Para a manutenção desta eram promovidos almoços. Antônio Pelatti conta que, no Guerra, a festa era muito boa. Ele, Duílio, José dos Santos, conhecido como Zé Preto, e João Miquilin trabalhavam na organização, havia a necessidade de cinco mulheres para depenar e preparar de quarenta a cinquenta frangos, além de quinze a vinte leitoas e um boi de dezoito arroubas mais ou menos, tudo assado no forno de lenha. Às quatro horas da tarde, já não havia mais carne, devido ao grande número de pessoas que compareciam ao evento. O Patrimônio também contava com escola, denominada Escola Isolada Santo Expedito, na qual lecionaram as professoras Giovana, Rita, Rosa Cumani Monteiro, José Ferreira Dantas, Aida Quesada Monteiro, Balbina Lopes Monteiro, Experidião Franco dos Reis e Dulce Moura Leão. Inicialmente, o prédio era de madeira, mas o Governo do Estado construiu duas salas de alvenaria, dando mais conforto e segurança aos alunos e professores.
Professas e alunos da Escola Isolada Santo Expedito Fonte: Família Linhares Monteiro
Havia também campo de futebol, quatro vendas de secos e molhados, farmácia, máquina de arroz, cabeleireiro e máquina de café. Cerca de 3.600 pessoas moravam no entorno deste patrimônio. O Sr. Alcides Benossi, antigo morador, conta que lá havia jogos de futebol que atraiam muita gente. Quando o time de Itambé disputava com o time do Guerra, sempre havia briga. Mas o pior conflito aconteceu contra um time de Aquidaban por volta de 1959. Mais de trezentas pessoas assistiam à partida. No meio do jogo, durante uma discussão entre os atletas, um suplente de delegado atirou para cima com a intenção de acalmar os ânimos. Porém o efeito foi o contrário. O povo invadiu o campo e começou a agredir os jogadores visitantes. Bateram tanto no goleiro de Aquidaban que este acabou morrendo dias depois, ninguém foi preso pelo crime. Então o dono da fazenda onde ficava o campo, Milton Linhares, decidiu acabar com os jogos.
Evento religioso no Patrimônio Santo Antônio (Guerra) Fonte: Família Linhares Monteiro
A energia elétrica era fornecida por meio de motor estacionário da família Linhares, que abastecia cerca de mil moradores e movia a máquina de secagem e benefício de café. Entre as famílias que viviam nesta região, destacam-se as de João Jacob Gegenschatz, imigrante suíço que chegou a Itambé em 1951; no mesmo ano, chegou também Belmiro Caetano da Silva, mineiro de Juiz de Fora; Antenor Ferreira de Aquino, natural de Botelho/MG; Pedro Cardin, paulista de São João de Bocaína, que mudou-se para cá em 1953. Hatsuji Siguiura, imigrante japonês, chegou ao Brasil em 1929, no Guerra, formou lavouras a partir de 1954. Além de Mário Machado, os irmãos Pelati, Francisco B. Moreno, Família Garcia, Hélio Piveta, João e Bendito Amâncio, Alfeu Correia, Família Murata, entre outros. A população deste patrimônio começou a ir embora depois da geada de 1963. As famílias vendiam suas terras e migravam para as grandes cidades. Atualmente, apenas o prédio da escola marca o local onde existiu o patrimônio.
Bairro Catarinense Com o objetivo de encontrar melhores condições de vida para seus filhos, muitos italianos imigraram para o Brasil no final do século XIX. Assim como as famílias: Raimundi, Pedrine, Rampelotti, Molinari, Pavesi, Bianchessi, entre outras que ajudaram a colonizar o Município de Itambé. A família Bianchessi imigrou da Itália para o Brasil em 1878 e instalou-se na região do Distrito de Botuverá, Município de Brusque, Santa Catarina. Pedro Bianchessi e sua esposa Josefina Resini tiveram sete filhos: Alice, José, Oliva, Ângelo, Pedro, Elza e Gentil (Argentino). Todos trabalhavam na roça, mas a produção só permitia a subsistência da família.
Coral de Imigrantes italianos em Santa Catarina, 1878. Ezequiel Raimundi, Pedro Betinelli, Tranquilo Pedrine, João Pedrine, Carlos Bianesine, Giuseppe Donini, Marco Rampelotti, Giazinto Molinari, Daniele Tomio. Fonte: Aluizio Molinari
O filho mais velho, José, resolveu se casar. Mas houve desentendimentos com sua família relativos a este casamento. Então ele saiu da casa dos pais e ficou mais de um ano sem dar notícias. Quando voltou a Botuverá, em 1949, disse que estava morando em Mandaguari e trabalhava na Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. Como já foi mencionado, inicialmente, trabalhou como picadeiro, mas por ser um bom funcionário, fora convidado a fazer a medição de terras como agrimensor leigo e passou a receber um bom salário.
José Bianchessi e Angelo Bianchessi Fonte: Ivete Bianchessi Pereira
José Bianchi, como ficou conhecido aqui, sugeriu ao pai que vendesse suas terras em Botuverá e comprasse outras no Paraná. Pois, o plantio de café era rentável e as terras muito férteis. O pai aceitou a proposta, vendeu sua propriedade e rumou para o Norte. Junto com ele, partiram as famílias de Guilherme Bonomini e Ângelo Raimundi num caminhão GMC, ano 48, de Guilherme. O caminhão foi coberto por lona e trouxe a bagagem de três famílias, que consistia em baús com roupas, louças, panelas e alguns instrumentos de trabalho. Ao todo, vinte e duas pessoas migraram para o Paraná nesta viagem. A mudança aconteceu no mês de abril de 1949. Desde Botuverá até Itambé, foram quatro dias de viagem. Quando chegaram à beira do Rio Keller, tiveram que levar as mudanças nas costas até suas terras, pois ainda não havia ponte para o caminhão transpor o rio. Com a lona, foi feita uma barraca, na qual as famílias se abrigaram, até que cada uma pudesse construir sua casa. Assim se deu o início do Bairro Catarinense. Uma tragédia marcou o início deste bairro. No dia seguinte à chegada, os homens foram caçar para alimentar suas famílias. O cunhado de André Bianchessi, Guilherme Comandolli, disparou acidentalmente a espingarda, acertando seu próprio estômago e morreu. Foi preciso ir a pé buscar autoridades policiais em Mandaguari e registrar a morte. No local da tragédia, foi erguida uma cruz, onde os catarinenses rezavam. Pedro Bianchessi adquiriu quinze alqueires, sendo divididos em três lotes de cinco alqueires: um para Pedro, o pai; outro para Pedro, filho; e o último para seu outro filho Gentil. A filha Elza ficou morando em Mandaguari com José, os outros filhos ficaram em Botuverá. As primeiras providências tomadas pelos colonos foram derrubar as matas e formar os cafezais. Para sua subsistência, colhiam palmito, caçavam e pescavam. José Bianchessi, que ganhava um bom salário da Companhia, levava outras mercadorias para os catarinenses todas as semanas, que só seriam pagas a ele um ou dois anos depois. Esta ajuda foi essencial para a permanência deles aqui, lembra o Senhor Gentil Bianchessi.
Local onde os catarinenses atravessavam o Rio Keller Fonte: Google Mapas
Depois destas três famílias, outras de Santa Catarina rumaram para o Paraná, quase todas de Botuverá. Em 1949, chegaram ao Bairro Catarinense, Arcênio Bianchessi, João Molinari, os irmãos Valdir, João e Sebastião Pavesi. Em 1950, foi a vez de Olímpio Bianchessi e Vicente Pavesi se mudarem para o Paraná e, em 1951, chegou aqui Ernesto Fugaza. Em seguida, vieram as famílias de Henrique Paloschi e Germano Raimundi. A família de Onildo Pedrine chegou por volta de 1960. Todos eram parentes ou amigos, por isso compravam lotes um ao lado do outro. Alcir Roberto Bianchessi lembra que encontraram apenas as matas e muitos artefatos indígenas em lugares onde havia água, rios e nascentes. Seu pai explicava-lhe o valor daquelas peças e as guardava. Porém não havia nenhuma tribo instalada no local. Mas havia muitos animais nas matas. Alcir disse que sua família derrubou uma pequena área de mata e construiu uma casa de madeira, os materiais para esta construção foram transportados de caminhão até o rio e depois nas costas. Também plantaram cereais para sobreviverem, como arroz, milho e iniciaram a lavoura de café. A água era retirada de poço para cozinhar e matar a sede das pessoas e animais. Os banhos eram no rio, com caneco ou bacia em casa; alguns compraram chuveiros de latão que eram abastecidos manualmente. As necessidades fisiológicas eram feitas em privadas ou no mato mesmo.
Família de André Bianchessi Fonte: Família Bianchessi
Na cabeceira de sua propriedade, Germano Raimundi construiu um botequinho, que se transformou numa venda de secos e molhados. Anos mais tarde, o comércio foi vendido para seu cunhado Olímpio Bianchessi. Ao lado deste, os colonos construíram uma capela de madeira. O Padre Eduardo, de Mandaguari, rezava as missas periodicamente.
Olímpio Bianchessi e seus filhos na venda da família Fonte: Família Bianchessi
A primeira professora da escola do bairro foi a Senhora Maria Raimundi Bianchessi. Também lecionaram na instituição as senhoras Frida Morelli Bianchessi e Ludiovina Amábile Pedrini Bianchessi. Com a venda, a escola, a igreja e as casas dos colonos, o local passou a ser chamado de Bairro Catarinense, nome que prevalece até hoje. Escola no Bairro Catarinense, construída pelo Prefeito João Antônio Claro em 1963 Fonte: Família Claro Moreschi
O Dr. Mauro Nakamura conta uma história inusitada que aconteceu no local. Numa tarde, a família Bianchessi estava reunida no quintal conversando, quando uma galinha passou correndo e atrás dela veio uma onça jaguatirica, magra e esfomeada. A felina passou perto do Sr. Pedro e ele instintivamente lhe deu um soco, nocauteando o animal. Depois, ela foi morta a pauladas. Por este feito, o nocauteador ganhou o apelido de “Pedro mata onça a soco”.
Festividade em frente à Igreja no Bairro Catarinense Fonte: Família Bianchessi
Outra família que morou neste bairro foi Ossucci. Gilberto Ossucci e seus irmãos compraram um lote de cinquenta alqueires no bairro em 1949. Mas continuaram morando no Patrimônio de Caixa São Pedro, Arapongas/PR. Funcionários da família Ossucci cuidavam das terras de Itambé. Os Ossucci se mudaram para cá em 1960. Além deles, Luís Cesário foi outro morador do Bairro.
Gilberto Ossucci Fonte: Maria Suzana Ossucci
Bairro Moreschi
De acordo com Antônia André Moreschi, Humberto Moreschi, também descendente de italianos, nasceu em Taquaritinga, São Paulo, no final do século XIX. Depois de casado mudou-se para Cedral, onde cultivava café. Em 1941, soube das terras do Norte do Paraná e decidiu vir para esta região com toda sua família e empreiteiros, nesta época os filhos mais velhos já estavam casados. Humberto comprou 100 alqueires de terras com mata virgem numa localidade conhecida com Vinte e Cinco, entre Cambé e Londrina e viveu neste local por dez anos, cultivando café. Em 1951, a família adquiriu 120 alqueires de terra no Patrimônio de Itambé, a propriedade foi dividida em pequenos lotes para que os empreiteiros, cerca de quinze famílias, derrubassem a mata e cultivassem o café. Foram construídas casas cercadas de palmitos e cobertas de tabuinha para abrigar os moradores. Quando os pés de café estavam com quatro anos e já davam seus primeiros frutos, ocorreu uma geada. Então foi preciso cortar o café e foram plantados milho, arroz e feijão com grande produtividade.
Bairro Moreschi. Fonte: Família Moreschi
Humberto adquiriu mais 100 alqueires de terra em Itambé e voltou a plantar café na Fazenda Anjo da Guarda. Desta vez, a geada não atrapalhou e a produtividade melhorou a vida de todos. As casas de palmito foram substituídas por vinte casas de madeira, além disso, foram feitos: dois terreirões, um secador de café, salão de baile, campo de bocha, farmácia, máquina de arroz, serraria, campo de futebol, venda de secos e molhados, sorveteria, e o Governo do Estado construiu uma escola de alvenaria no lugar da escola de madeira. Um dos filhos de Humberto, Misdei, e um empreiteiro, Débio dos Santos, construíram a primeira capela do bairro com a madeira retirada da própria fazenda. Havia missas uma vez por mês, com padres de Itambé ou de Bom Sucesso. Os treze filhos de Humberto compraram mais terras e foram abrir seus sítios em outros distritos ou municípios. A fazenda Anjo da Guarda ficou para Misdei e seus irmãos, Álvaro e Artizo Moreschi.
Primeiro Templo da Capela Santo Anjo da Guarda Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé
O cultivo da hortelã menta teve início em 1956, devido ao alto valor do produto. Os proprietários compraram um caminhão Alfa Romeu, com capacidade para dezoito mil quilos de carga, cujo motorista era Irineu Moreschi. A safra de café era transportada para os portos de Santos e Paranguá. No local, havia grandes festas com torneios de futebol e bailes, que atraíam centenas de pessoas, das zonas urbana e rural.
Moradores do Moreschi e visitantes Fonte: Adriele Miotti
Bairro Garcia
Desmatamento do Bairro Garcia Fonte: Luzia Rodrigues
O Bairro recebeu o nome de Garcia por abranger, entre outras propriedades, a de Antônio Manuel Garcia, paulista da região de São Manuel. Ele mudou-se para Itambé provavelmente em 1950. Cerca de oitenta famílias viviam na região, em cada sítio havia de dez a doze residências. Neste local, havia também a propriedade do Vereador Benito Rodrigues, o qual cedeu um terreno para a construção da escola. O Senhor Natalino Nunes da Silva lembra-se que estudou lá com a Professora Ivani Aries de Assis, em 1965.
Professora e alunos da Escola Isolada “Garcia” Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé
Havia dois campos de futebol, um na Fazenda Garcia e outro no sítio do Senhor Benito, também havia dois times. Nos campos aconteciam torneios constantemente. Natalino disse que os moradores do bairro quase não iam à cidade de Itambé, pois o local oferecia diversão e mercadorias, fornecidas por duas vendas de secos e molhados, do Benito Rodrigues e do José Nunes.
Moradores da Comunidade Garcia em frente à Capela Fonte: Maria Helena Zampar dos Santos
O café e a hortelã menta eram as lavouras cultivadas. Todos os sábados, havia bailes nos terreirões de café. Os terços eram rezados nas casas. Uma vez por mês, o padre rezava missa na Capela São Sebastião, que foi visitada até por Dom Jaime Luís Coelho, arcebispo de Maringá. O bairro era formado pela família Garcia, família de Sebastião Nunes, de Arnaldo Fatoretto, de Benito Rodrigues e Beltramin.
Moradores do Bairro Garcia Fonte: Luzia Rodrigues
Fazenda Ouro Verde
Desmatamento da Fazenda Ouro Verde Fonte: Família Meyer
A Fazenda Ouro Verde foi formada pelo imigrante alemão Guilherme Meyer. De acordo com sua esposa, Marilena C. de P. Meyer, aos 13 anos, Guilherme saiu da Alemanha com os pais, a família fugia da Primeira Guerra Mundial. Estabeleceram-se em Paraguaçu Paulista, Estado de São Paulo. Em 1931, após da morte dos progenitores, Guilherme veio morar em Londrina e foi o primeiro motorista do Senhor Nelson Garcia, dono da Viação Garcia, dirigindo uma Catita que fazia a linha Londrina-Rolândia. Em 1938, ele também foi sócio da Casa Guilherme, em Rolândia, na qual havia serviço de correio e banco. Muitos judeus alemães que fugiram das guerras para esta cidade eram seus fregueses, o local funcionava como um ponto de encontro para eles. A Casa existe até hoje. Em seguida, Guilherme Meyer montou uma serraria em Arapongas, e expandiu o negócio para Mandaguari, onde ouviu falar da fertilidade das terras do Vale do Ivaí, através da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. Então comprou 143 alqueires de terras em Itambé e depois adquiriu mais 100. Porém devido a prejuízos com a geada de 1955, precisou vender uma parte das terras.
Colonos da Fazenda Ouro Verde Fonte: Família Meyer
A mata foi derrubada, mas preservou-se uma parcela para proteger a mina d’água, formando um bosque, foram construídas 53 casas com pomar e forno para as os colonos. Mais de duzentas pessoas moravam nesta fazenda. Marilena disse que Guilherme se preocupou muito com o bem estar de seus empreiteiros. Também foram construídos açougue, escola, onde eram realizadas missas, bailes e reuniões, campo de futebol, armazém de secos e molhados, aberto aos sábados, para vender tecidos, mandjuba, carne seca, também havia um açougue ao lado. Uma vez por mês, os colonos chegavam ao armazém com uma lista imensa de compras e era preciso que o vendedor separasse tudo para entregar ao freguês. Como as estradas eram ruins e sem meios de transporte, as compras precisavam ser feitas ali mesmo. Ela destaca também que a escola ficava lotada de alunos, o local também servia de clube de reuniões, missas, bailes. Nestes as mulheres levavam seus filhos e colocavam sacos de café no chão para as crianças dormirem, a música ficava por conta de violeiros e sanfoneiros da região. Não havia equipamentos para ampliar o som, tudo era no “gogó mesmo” diz Dona Marilena. A fazenda contava com um time de futebol e um campo com barzinho. Os colonos e os filhos de Guilherme eram os jogadores. Nos dias de jogos, moradores de toda a região compareciam para assistir as patidas. A sede do Ouro Verde Futebol Clube também funcionava no prédio da escola. A família não morava na fazenda, a residência oficial era em Arapongas, mas passava muitos meses do ano no local, principalmente em épocas de colheita. Para tanto, Guilherme construiu um grande casa de madeira, com dez quartos e uma adega no porão. Os parentes da família iam visita-la e a casa estava sempre cheia.
Família Meyer Fonte: a própria Família
Inicialmente, a fazenda produzia café. Mas com a chegada dos filhos, Guilherme precisava pegar leite dos sítios vizinhos. Mas ele achava uma vergonha ter uma fazenda daquele tamanho e não possuir nenhuma vaca leiteira. Então, comprou algumas cabeças de gado holandês, mesmo sem ter conhecimento de como lidar com a criação destes animais. Um dos filhos de Guilherme, Luís Henrique, interessou-me pela pecuária e estudou muito sobre o assunto, até sobre a genética das vacas. Assim ele montou um plantel de gado holandês na fazenda, inicialmente vermelho e branco, expandindo para preto e branco. Luís Henrique implantou o sistema mecânico de ordena, o que proporcionava mais higiene e rapidez ao trabalho. Por este empenho à pecuária, ele foi presidente do Núcleo dos Criadores de Gado de Leite de Maringá, após seu falecimento o Núcleo foi denominado com o nome de Luís Henrique Meyer e, todos os anos, a entidade premia os melhores produtores de leite com o Troféu Luís Henrique Meyer. A família também investiu no turismo rural a partir de junho de 1998. Uma curiosidade a respeito do plantel da família foi relatada pelo ex-verador Jovânio Pereira dos Santos. Guilherme comprou um tourinho de Ronaldo Golias, pois o humorista era um dos maiores importadores de gado do país.
Ordenha mecânica na Fazenda Ouro Verde Fonte: Família Meyer
Couro do Boi
Em 1951, com a chegada das primeiras famílias, que viviam nas Comunidades Bela Vista e Couro do Boi, em Londrina, foi criada a comunidade Couro do Boi, em Itambé. Dentre as famílias estavam as de: Dorvalino Sassi, Alberto Dalrovese, Vitorino Fabris, família Patrício, Altino e Demétrio Camilo, José Ferino e Ernesto Fugazza. Dois anos depois, outras que se mudaram para lá foram: Mário, Augusto e João Vertuan, Ângelo Modolon, Natal e Augusto Tomazeli. As famílias se dividiram nas águas: Indiana e Beija-Flor. Como o local ainda não tinha nome, quando as pessoas iam visitar as famílias que viviam lá diziam que iriam ao pessoal do Couro do Boi, daí surgiu o nome da comunidade. Até as duas águas também ficaram conhecidas como Água Couro do Boi. A derrubada das matas foi feita com foices e machados, construíram-se taperas nas margens dos córregos. Para a subsistência, eram plantados arroz e feijão. A hortelã foi a primeira cultura, seguida pelo café.
Secagem do café no terreirão Fonte: Família Sassi
O primeiro campo de futebol foi feito no sítio do Senhor José Ferino. O goleiro do time era o Senhor Luiz Vertuan, ainda morador de Itambé, seu reserva era Durval Sassi, que atualmente vive em Palmitópolis. Depois foi feito outro campo na às margens da Água Beija-Flor. O time disputava jogos com outras equipes como: Minerva, Moreschi, Guerra, entre outros.
Time de Futebol do Couro do Boi, 1984 Fonte: Adriele Miotti
O maior número de pessoas que viveu nesta comunidade pertencia às famílias Vertuan, Patrício e Antônio Balan, este mudou-se para cá em 1955. Domingos Patrício chegou à comunidade em 1951, onde adquiriu quinze alqueires, desmantando-os e cultivando café. Como tinha dez filhos, muitos deles foram embora para outras cidades a fim de sustentarem suas famílias, como o Senhor Antônio Patrício, que mudou-se para Maringá e trabalhou de carroceiro, depois foi para Palmitópolis, local onde adquiriu sua primeira propriedade para o cultivo de hortelã menta. Em 1970, Antônio voltou para o Couro do Boi e comprou as partes das terras de seus irmãos. Nesta época, ainda estava em alta a produção de café.
Demétrio Camilo e Domingos Patrício Moradores do Couro do Boi Fonte: José Carlos Patrício
Todas as famílias eram católicas, mas não foi construída capela no local. As missas e terços eram rezados na casa de líderes comunitários. Os moradores do Couro do Boi também frequentavam a Igreja Anjo da Guarda no Bairro Moreschi, até que uma escola foi construída às margens de uma estrada rumo à Fazenda Minerva. Além de servir para alfabetizar os alunos, missas eram realizadas ali a cada dois meses, aproximadamente. Como não havia médicos nas proximidades, os bebês nasciam pelas mãos de Dona Corina, parteira do Bairro Catarinense. Com o passar dos anos, as famílias foram vendendo suas propriedades e muitas adquiriram terras mais baratas em Palmitópolis, próximo de Nova Aurora-PR. Permaneceram na Comunidade Couro do Boi as famílias Vertuan e Patrício.
Almoço no terreirão de café, Couro do Boi, 2012 Foto: Denizia Moresqui
Fazenda Minerva
A Fazenda Minerva era de propriedade de Ruy Hellmeister Novaes, Prefeito de Campinas-SP, nos anos de 1955 a 1959 e de 1964 a 1969. O nome da fazenda foi inspirado na deusa grega da caça, lá também eram produzidos hortelã e café.
Ruy Hellmeister Novaes Fonte: Google Imagens
Ruy visitava a Fazenda a cada sessenta dias. Para sua comodidade, construiu uma grande casa de alvenaria com de piscina, zelavam o imóvel João Ernesto Maia e sua esposa Luzia da Silva Maia. A casa impressiona pelo tamanho e pela beleza. De acordo com José Carlos Nardi, ela foi projetada pelo filho de Ruy, que era engenheiro. Lá o proprietário fazia festas e recebia importantes políticos brasileiros. O local era vigiado por guardas vinte e quatro horas por dia. Havia duas colônias de mais ou menos vinte casas.
Casa construída por Ruy Novaes na Fazenda Minerva Foto: Denizia Moresqui
Maria de Fátima Bernandes Cesco mudou-se para este local aos 12 anos de idade. Ela conta que Ruy Novaes vendeu a propriedade para o Deputado Hélio Consone, pai de João Luís Consone, de Ribeirão Preto- SP, por volta de 1968. A fazenda foi um presente de casamento para João Luís. O pai de Maria, Cipriano Bernardes, veio para Itambé administrá-la. Nesta época, a propriedade passou a produzir soja e as casas, aos poucos, foram desmanchadas, já que a necessidade de mão de obra diminuiu e muitos colonos foram embora. Mesmo assim, por causa do trabalho de capinagem, a fazenda Minerva ainda era habitada por muitas famílias. No local, havia campo de futebol e um time, que era mantido com a renda de bailes realizados quinzenalmente. A equipe disputava jogos com os times das comunidades vizinhas, o que atraía muitos espectadores. Em 1976, a fazenda foi vendida para Luís Guerreiro. Atualmente pertence à Família Balan.
Gabirobeira
Esta comunidade era formada por várias propriedades pequenas. Seu nome se refere às várias gabirobeiras encontradas no local na época do desmatamento. Lá havia escola, inaugurada em 1959, e várias casas das famílias: Spirandelli, Bróio, Rosa, Silva, Giraldelli, Nardi, entre outras. José Nardi, paulista de Santa Cruz do Rio Pardo, mudou-se para Jandaia do Sul em 1948. Depois adquiriu lotes e mudou-se para Itambé, em 1955. Aparecido Severino Spirandelli, filho de Cuelfo Spirandelli e Carolina Luiza Bróio, veio de Sertaneja para Itambé em 1952, assim como Sevério Bróio e seus filhos José e Geraldo. A família Spirandelli comprou um sítio da Gabirobeira por volta de 1947, pagou empreiteiros para derrubarem as matas do lote que havia comprado. Um empreiteiro formou café, Mané Português. Só cinco anos depois da compra do lote, foi que os Spirandelli mudaram-se cá. Eles fizeram uma casa e tábuas e coberta de tabuínha, com vigamento de palmito e o chão de terra. Depois a família tocou a lavoura de café. No local havia uma venda. José Nardi veio de Jandaia do Sul para Itambé em 1955, pois havia comprado um sítio no local, em 1948. Ele lembra que havia muito palmito e peroba na sua propriedade. Também cultivou café, para a subsistência, plantava arroz, milho e feijão. A única criação trazida de Jandaia era um cavalo.
Equipe de fubebol da Gabirobeira Fonte: José Carlos Nardi Havia famílias vivendo até ao lado do Saltinho do Rio Keller. A Gabirobeira contava com campo, time de futebol e salão de festa. Como o número de alunos era grande, a escola funcionava em dois períodos: de manhã para alunos de 1ª e 2ª séries e à tarde, 3ª e 4ª séries. José Carlos Nardi calcula que havia cerca de 100 alunos ao todo. A primeira professora da Escola Isolada Visconde de Mauá foi a Senhora Maria Aparecida Zaninelo, esposa de Antônio Verni.
Moradores da comunidade Gabirobeira Fonte: José Carlos Nardi
A energia elétrica para o funcionamento da televisão era obtida por meio de bateria, em 1972 foi posto no local um motor. Como em Maringá ainda não havia retransmissora de TV, era necessária uma antena de vinte metros de altura para captar o sinal da TV Tibagi de Apucarana. Em 1972, um gerador de energia foi instalado na comunidade. A água era obtida de nascentes por meio de “um burrinho”, espécie de máquina movida à água, que enchia as caixas. Outro recurso era a roda d’água.
Escola Isolada Visconde de Mauá Fonte: Família Zampar
Água Moóca
O primeiro desbravador da Moóca foi o senhor Martin Tieppo. Ele veio sozinho abrir as matas, ficou hospedado com uma família a cinco quilômetros de seu sítio. Após derrubar um pouco de mato, começou a fazer uma casinha de palmito e coberta de tabuinha. Em seguida voltou a Bandeirantes para buscar a esposa e a filha, Iride, de seis anos. Fazia dois meses que estava longe de casa. Quando elas o viram, não o reconheceram, pois pensaram que ele fosse um mendigo, devido a seu estado físico: magro e barbudo. Os três mudaram-se para a Moóca e outra casa maior de palmito e tabuinha foi erguida. Em seguida, o restante da família, cerca de treze pessoas, também chegou à comunidade.
Martin Tieppo e família Fonte: Iride Tieppo
A Senhora Pelargia Buchinski Schischoff (1927-2015) conta que seus avós vieram da Polônia num navio tocado a vento, no século XIX. Eles aportaram em Santa Catarina e lá se casaram. O pai de Pelargia, Adan Buchinski, já nasceu no Brasil, em Benedito Novo/SC. Depois de se casar com a Senhora Vitória Kovalski, ele veio com a família morar num local chamado Warta, distrito de Londrina, mas após dois anos, Adan morreu. Vitória ficou sozinha para sustentar sete filhos, o mais novo estava com apenas quatro meses. Então, ela mudou-se para Itambé, região da Moóca, em 1947, e passou a trabalhar como meeira no cultivo do café, ajudou inclusive a derrubar as matas. Pelargia abandonou a escola para ajudar a mãe. Quando conseguiu juntar dinheiro, Vitória comprou dez alqueires perto de Aquidaban. Anos mais tarde, ela voltou para Santa Catarina, onde faleceu aos 85 anos. Pelargia ficou em Itambé com o marido.
Vitória Kovalski, uma mulher de coragem Fonte: Pelargia Buchinski Schichoff
A escola da comunidade ficava à margem direita do Rio Marialva, na Serra do Barbudo. Para que as crianças pudessem chegar até lá, os moradores da Moóca derrubaram um tronco de urucaia para ligar uma margem à outra e fizeram corrimão de bambu. A primeira professora se chamava Maria, que depois foi substituída por Alice. Esta além de lecionar, trabalhava na roça. Todos os casais tinham muitos filhos. Pelarga teve onze, que ajudavam na lavoura. Além da família de Buchinski, outros poloneses se mudaram para a Moóca. Pelargia acredita que eram mais de dez famílias que se reuniam nos almoços de domingo para cantar e falar em polonês.
Família da Senhora Pelargia Buchinski Schischoff Fonte: Família Schischoff
Cada família possuía de cinco a dez alqueires, pouca mobília e muita vontade de trabalhar. Todos os homens eram caçadores, para conseguir carne, aos domingos de manhã, eles saíam com espingardas e cães a fim de caçar veados na beira do Rio Marialva. Depois, a mulheres limpavam e preparavam a carne. Também eram feitas armadilhas com espingardas e fios nos locais onde havia trilhas de veados e pacas. Mais tarde, a famílias passaram a criar porcos. A primeira vaca foi trazida pelo esposo de Pelargia da Varta a pé e depois de caminhão. A vaca estava com bezerro, por isso a viagem se estendeu por vários dias. As outras famílias alimentavam as crianças com leite em pó. Nesta comunidade foram plantadas muitas árvores frutíferas. Pelargia diz que a Moóca parecia um paraíso devido à fartura. Havia até um alambique de pinga do Senhor Leovaldo de Souza. Para ir à missa, as pessoas caminhavam até o Distrito de Itambé. Depois foram adquirindo carroças. Além das missas, os moradores da Moóca também participavam das festas da Igreja. Perto da comunidade, havia uma igrejinha na margem direita do Rio Marialva, ao lado da escola. Lá eram realizadas missas, batizados e primeira comunhão, depois ela foi desativada. Quando o Padre Pedro Canísio Dapper assumiu a Paróquia de Itambé, em 1973, passou a celebrar missas todas as últimas sextas-feiras do mês na casa de Dona Pelargia. Na Moóca, havia um campo de futebol no sítio do Senhor Domingos da Silveira. O time era mantido pela comunidade que fazia um baile a cada quinze dias para arrecadar dinheiro. A comunidade se estendia por vários sítios, chegando a ter, aproximadamente, 1.500 pessoas. Esta comunidade, juntamente com a do Couro do Boi, foram as que mais resistiram ao êxodo rural. Um grande líder da comunidade foi o ex-vereador João Cristino de Freitas, que se tornou presidente do Sindicato Rural de Itambé. Outro morador da comunidade foi o Senhor Érico Possobon, natural de Ribeirão Preto/SP, chegou a Itambé em 1951 para trabalhar de empreiteiro. Já em 1953, conseguiu recursos para adquirir um lote na Água da Moóca.
Porto Real
De acordo com José Carlos Nardi, a Fazenda Santa Bárbara foi loteada na década de 60 e revendida a várias famílias, entre os compradores estavam a família Martussi, Lafayete Grenier e Armando Lima, dando origem a outra comunidade rural. A Co |
HISTÓRICO |
Assim como inúmeros municípios da mesorregião Norte do Paraná, Itambé é fruto da obra colonizadora da Companhia de Terras Norte do Paraná, que adquiriu, inicialmente, junto ao governo do Paraná, 415.000 alqueires de terras férteis situadas entre os rios Paranapanema, Ivaí e Tibagi. Com sede em Londrina (1929) efetuou o maior empreendimento agro-imobiliário do Brasil, promovendo a agricultura no restante das terras.
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